O “III Seminário Internacional de Educação do Campo e III Fórum de Educação do Campo da Região Norte do Rio Grande do Sul:  Resistência e Emancipação Social e Humana" é uma proposição das Entidades Organizadoras que, entre os seus objetivos, visam o fortalecimento teórico/prático das ações de sistematização e organização da participação em práticas educativas, desenvolvidas junto às classes trabalhadoras, enraizadas na perspectiva da Educação Popular e da Educação do Campo.

     Compreende-se que o amadurecimento do trabalho comprometido, com a emancipação das classes trabalhadoras, encontra-se desafiado a aprofundar as estratégias de participação, tanto pedagógicas quanto políticas. Ações neste sentido, podem incidir na reorganização teórico/prática, frente à hegemonia do capital, que coloca o ser humano em uma condição cada vez mais desumanizante, submissa e alienada.

     A articulação de todas as Instituições Públicas de Ensino Superior e de diferentes organizações e dos Movimentos Sociais, no Estado do Rio Grande do Sul (RS), ratifica a presença de iniciativas comprometidas com a investigação dos caminhos a serem assumidos, como meios de resistência, exercício de contra-hegemonia e transformação dos limites impostos pela lógica estrutural da sociedade vigente. E, ainda, anuncia a necessidade de encontrarmos um sentido coletivo para as ações cotidianas, em termos de fortalecimento dos processos educativos emancipadores.

     Resumidamente, nos termos acima colocados, o que justifica a realização dos Seminários e dos Fóruns regionais é a necessidade do avanço da formulação coletiva, no Estado do RS, na direção da construção de uma escola pública. Nisso perpassa o fortalecimento do campo institucional, nas diferentes Universidades, que se preocupam e se dedicam a esse propósito, tanto por meio de investigações/pesquisas, quanto na realização concreta de práticas. Daí a proposição, em sua programação, contemplar o debate sobre os fundamentos colocados nos painéis, na socialização da produção teórica e nas reflexões sobre as experiências debatidas nos eixos de trabalho.

     Em continuidade à primeira edição do “I Seminário Internacional e I Fórum de Educação do Campo da Região Sul do Rio Grande do Sul: campo e cidade em busca de caminhos comuns”, realizada na cidade de Pelotas/RS e coordenado pela UFPel, nos dias 12, 13 e 14 de novembro de 2012 e do “II Seminário Internacional de Educação do Campo e Fórum Regional do Centro e Sul do RS: educação, memória e resistência popular na formação social da América Latina” realizado nos dias 8, 9 e 10 de Outubro de 2014, coordenado pela UFSM, o conjunto de entidades organizadoras deliberou pela permanência desse espaço de reflexão, devendo ocorrer na sequência da realização dos Fóruns Regionais do Estado do RS.

     Destaca-se como centralidade do I Seminário Internacional, o olhar à dimensão da omnilateralidade da educação, desvelando que o projeto de Educação do Campo, que pretende ser efetivamente emancipador precisa aprofundar o debate, desde o campo do trabalho. Assim, para além das especificidades e da necessária relação de complementariedade campo e cidade,  é preciso perceber que as condições existenciais são semelhantes e é preciso, juntos, produzir entendimento crítico e empoderador às práticas e políticas da classe trabalhadora. Já o II Seminário Internacional teve como centralidade, a memória e resistência popular presente na formação social da América Latina, apresentando reflexões que problematizam e proponham  a necessária articulação nos debates educacionais, decorrentes do esforço dos movimentos sociais populares, que buscam dar organicidade às experiências alternativas que resistem aos processos hegemônicos dominantes no contexto latino-americano.  

     Os Seminários Internacionais foram precedidos pela realização de quatro Seminários regionais, que tiveram como papel central o fortalecimento dos ‘Projetos de escola do campo no Rio Grande do Sul’ e objetivaram dar sequência ao conjunto de ações e reflexões decorrentes de proposições das entidades organizadoras que, entre os seus objetivos, visam o estreitamento da relação teoria-prática das ações de organização e intervenção educativa, desenvolvidas junto às classes trabalhadoras, enraizadas na perspectiva da Educação Popular e da Educação do Campo.

     A articulação de todas as Instituições de Ensino Superior e diferentes organizações dos Movimentos Sociais, no Estado Rio Grande do Sul, ratifica a presença de iniciativas comprometidas com a investigação e proposição de caminhos a serem assumidos, como meios de resistência, exercício de contra-hegemonia e transformação dos limites impostos pela lógica estrutural da sociedade. Esses eventos objetivam, ainda, sistematizar e problematizar possibilidades que reiterem e orientem a necessidade de encontrar um sentido coletivo para as ações cotidianas, em termos de fortalecimento dos processos sócio-educativos emancipatórios.

     Considerando as contradições vivenciadas atualmente na realidade educativa no cenário mundial e, prioritariamente, na América Latina, sob os condicionantes históricos das políticas neoliberais, o objetivo deste evento, ainda, busca concretizar a consolidação de um espaço coletivo e itinerante. Espaço este capaz de ampliar o debate teórico e viabilizar a troca de experiências de trabalho e de vida, nos diferentes espaços de educação formal e não formal no campo, sem negligenciar a diversidade cultural nas relações campo e cidade.